MUSEU 3D
Divulgação em Ciências, Saúde e Educação
PUBLICAÇÕES DO FACEBOOK
27/4/2023
Contra o cancer de mama- Uma esperança
Contra o cancer de mama - Uma esperança
A Fiocruz Minas busca tratamentos que estimulam o sistema imunológico a combater o câncer, uma tendência do mundo atual. Neste sentido uma equipe de pesquisadores divulgou ser possível impedir o crescimento de tumores malignos de mama, através da alteração do perfil de macrófagos , uma célula de defesa do organismo. O estudo resultante foi publicado recentemente. Neste estudo foi mostrado que cerca de 50% da massa tumoral é composta por macrófagos. Macrófagos são células do sistema imune. Realizam fagocitose e atuam como verdadeiros sentinelas contra partículas estranhas. Apresentam 02 tipos: M1 ( mais eficazes em limitar a progressão do tumor, são pró-inflamatórios); M2 (com características mais anti-inflamatórias); No estudo os pesquisadores reprogramaram o perfil dos macrófagos M2, transformando-os em M1, no ambiente tumoral, para inibir o desenvolvimento do tumor. Esta reprogramação foi feita com nanopartículas de óxido de ferro (produzidas na Fiocruz Minas) , que podem atuar na reprogramação do fenótipo de macrófagos. As nanopartículas são biocompatíveis, portanto têm baixa toxidade para as células saudáveis, tem baixo custo e síntese rápida, permitindo a produção em escala. Após estudos in vitro a equipe de estudiosos introduziu as nanopartículas e constatou que as células tumorais morriam. Testes outros usaram camundongos, e após 21 dias houve redução de quase 50% na massa tumoral dos camundongos expostos à nanopartícula em comparação com os controles (sem tratamento). Outro teste (modelo tridimensional multicelular) simulou o microambiente tumoral, com células tumorais, macrófagos, e outras células do organismo humano. Novamente os resultados foram confirmados, houve transformação de M2 em M1, por meio das nanopartículas. Ainda são necessárias novas pesquisas, para determinar vários aspectos biofarmacológicos do tratamento, e este estudo mostra o grande trabalho em equipe que permitiu um estudo bem-sucedido e uma esperança para muitas pessoas. (Correa-Gillieron, 27/4/23; Informações de International Journal of Pharmaceutics
Volume 636, 5 April 2023; foto creditos Getty Images/iStockphoto, macrófagos alveolares. ).
01/03/2023
Alotriofagia
Alotriofagia
Popularmente chamada de ‘síndrome de pica’, é um transtorno incontrolável de comer coisas não comestíveis como giz, sujeira, cabelo, pano, sabão, fezes, unha, cinza de cigarro, carvão, terra, tijolo, argila, papel casca de ovo, grãos de café;qualquer tipo de fezes,
barbante, alimentos para animais de estimação entre outros. A síndrome esta frequentemente associada à deficiência de ferro (anemia) e de eletrólitos como o cálcio no sangue e pode acometer pessoas com sinais de ansiedade e estresse, mas é muito comum em grávidas devido ao desequilíbrio de cálcio e ferro. Para ser alotriofagia é preciso que o comportamento aconteça por um mês ou mais e, em uma faixa etária onde o paciente já entende que não se deve comer um determinado item. O transtorno pode acontecer com qualquer pessoa em qualquer fase da vida, mas é possível definir uma prevalência em certos grupos como: 1-pessoas com alteração de saúde mental, com transtorno do espectro autista, esquizofrenia ou deficiência intelectual; 2-crianças pequenas ( menores de 6 anos) e crianças negligenciadas ou abusadas; 3- na condição de estresse, desnutrição e fome.
O diagnóstico desta síndrome parte da observação do hábito de comer compulsivamente coisas não comestíveis, mas, há exames que podem auxiliar no diagnóstico. Vários problemas surgem nesta síndrome como
baixo teor de ferro, arritmias cardíacas, ascaridíase, desequilíbrio eletrolítico, bloqueio dos intestinos delgado e grosso entre outros. O tratamento em geral é feito com Terapia comportamental e Terapia aversiva leve - ensinando a pessoa mecanismos e estratégias de enfrentamento para ajudá-la a mudar seu comportamento e ter uma alimentação saudável ensinando a evitar itens não alimentares. (Correa-Gilliero, EM mar/23)
30/09/2022
Sistema ABO
Sistema ABO 30/9/22
Pesquisadores da da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos publicaram no periódico Neurology que encontraram alguma associação entre ser do tipo sanguíneo A e um risco aumentado de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) antes dos 60 anos. O sistema ABO é composto por 4 tipos de sangue A, AB, B, O. A principal característica destes sangues, é terem ou não, na membrana de suas hemárias, os aglutinogênios (antígenos A e B) e pela ausência ou presença de aglutininas (anticorpos, anti-A e anti-B) no plasma sanguíne. Nas transfusões é preciso existir compatibilidade entre as hemácias do doador e o plasma do receptor quer dizer, as aglutininas não devem reagir contra os aglutinogênios ou haverá incompatibilidade sanguínea (aglutinação das hemácias) formando agregados como coágulos. No estudo citado a ideia dos estudiosos é que as glicoproteínas que estão nos glóbulos vermelhos (no sistema ABO) , também têm relação com proteínas em plaquetas na parede dos vasos, e o sangue do tipo A teria uma tendência maior a fazer coágulos e também ter mais trombose venosa”, como explica Guilherme Diogo, neurologista no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP que diz ainda não ser possível afirmar que pessoas com o grupo sanguíneo A são mais suscetíveis ao AVC precoce, mas este estudo estaria segundo os pesquisadores, abrindo portas para um melhor entendimento desta relação. (Correa-Gilliron,EM).Foto da internet.
11/11/2022
Nascimentos em 11 de novembro:
1821 - Fiódor Dostoiévski, escritor, jornalista, psicólogo e filosofo. Entre suas grandes obras temos os "Irmaõs karamazov " seu uktimo romance onde ele mostra as questões existenciais que o afligiram a vida inteira, com especial relevo para a flagrante degradação moral da humanidade afastada dos ideais cristãos.
1940 – Alexandre Garcia, jornalista brasileiro. Em seu trabalho jornalístico publicou em 1990 "Nos bastidores da Política", com revelaçoes politicas, fatos etc.
29/11/2022
Anticorpos e Virus
ANTICORPOS E VÍRUS
Anticorpos monoclonais(AM) que já foram a principal forma de proteger as pessoas contra a COVID-19. Os AM são criados em laboratório, que imitam a capacidade do sistema imunológico de combater um microrganismo invasor, mas, parecem não funcionar contra um número crescente de variantes do coronavírus. Os AM funcionam como anticorpos naturais, e sempre foram muito importante para combater vírus, mas agora parece que deixam o caminho para outras técnicas. Os AM no caso das Covid são
projetados para se ligar a proteína de superfície do vírus, o que impediria este de invadir a célula humana, porém, os AM criados para uma cepa podem não fazer nada contra outra proteína de superfície de outra cepa.
Isto levou muitas empresas a pararam de produzir os AM pois estariam gastando milhões para fazer algo rapidamente descartável informou a NPR (National Public Radio, USA). Porém, isto pode ser um problema grave para milhões de pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos que não responder bem às vacinas contra a COVID e precisam da terapia de anticorpos (The Washington Post.).
Empresas farmacêuticas e cientistas estão tentando desenvolver novas variantes de AM que não se tornarão desatualizadas à medida que a COVID sofrer mutações, e mesmo a FDA teve que revisar a autorização de uso emergencial para duas combinações de AM para tratar COVID-19 leve a moderada, pois estas não foram eficazes contra a variante dominante do Omicron. A empresa de biotecnologia Immune Biosolutions, canadense, informou estar fazendo ensaios clínicos com um tipo de spray que pode ser pulverizada na boca de uma pessoa, informou o Washington Post. E um anticorpo desta droga teria como alvo, a hélice do tronco do coronavírus, algo que não mudou muito em variantes e subvariantes, e isto, já seria um importante olhar para outras partes do vírus, além da proteína spike, e estas outras partes do virus podem ser mais consistentes e mais difíceis de mutar", o que sem duvida auxiliara os cientista em suas buscas dos meios contra as variantes da COVID-19, conforme disse responsável cientifico do NIH. Um avanço importante para freiar esta doença! (Correa-Gillieron, nov/2022).Fontes: NPR-Usa e FDA.
08/09/2022
O seu coração triste?
O seu coração esta triste ou esta feliz? Ele pode sentir mais do que imaginamos!
Miocardiopatia Takotsubo ou broken heart syndrom (síndrome do coração partido ou balonamento apical transitório do ventrículo esquerdo) começou a ser estuda após um grande terremoto no Japão em 2004. É uma cardiopatia induzida por estresse (precipitada por estresse emocional) e reversível, que se caracteriza por disfunção sistólica transitória do ventrículo esquerdo (comumente referida como coração fraco), uma disfunção da fração de ejeção (em %) do sangue pelo ventrículo esquerdo a cada batimento cardíaco. Esta cardiopatia pode parecer com a síndrome coronária aguda com infarto do miocárdio, por apresentar dor torácica, alterações eletrocardiográficas e liberação discreta de enzimas. A síndrome do coração partido gera um balonamento apical (um alargamento típico como um balão) que lembra uma armadilha japonesa de pegar polvo (takotsubo, ver figura).
O desencadeamento da síndrome está ligado a fatores como o estresse, todas as situações de estresse, que podem causar o aumento das catecolaminas (norepinefrina, epinefrina e dopamina) que podem ser causa de disfunção ventricular, quando patológico. A causa da síndrome é ainda desconhecida, mas supõe-se que haja uma estimulação exagerada do sistema nervoso simpático. Apesar de grave a síndrome é transitória.
Há relatos mostrando que o coração pode ser afetado tanto na tristeza quanto na alegria. Como se houvesse “coração feliz” e “coração triste”. A maioria dos pacientes homens estudados, tinham “síndrome do coração feliz”, e neles houve maior prevalência de balonismo do ventrículo esquerdo. A “síndrome do coração feliz” é mais rara em relação a do “coração partido”, mas ambas ilustram o impacto da conexão mente x corpo x estresse. O tipo de estresse pode ser a morte de cônjuge, de filho etc. Nos estudos não se observou um grande aumento do risco desta síndrome, em relação à morte de um dos progenitores. Mas tudo é ainda muito recente nestes estudos.
Apesar desta síndrome do coração partido ainda estar sendo estudada, é importante estar ciente dos fatores ruins causados pelo estresse, e perceber que tanto no “coração feliz” quanto no “coração partido”, é importante estar atento aos sintomas manifestados pelo acometido, para poder auxilia-lo. (Correa-Gillieron, EM 08/09/22). Fotos: do Pinterest e Elsevier.
18/04/2020
Eficiência cerebral diante da Restrição Calórica
Eficiência cerebral Diante da restrição calórica 2022/agosto
• Pesquisadores (equipe de Nathalie Rochefort) verificaram (estudo publicado no jornal Neuron) que em condições de redução de ingestão calórica, o cérebro entra no modo de economia de energia reduzindo a quantidade de informações que transmite, o que levaria a consumir menos energia. Mas, gastando menos energia o cérebro também funciona menos!
• Para um neurônio economizar energia deve diminuir o fluxo de íons durante a transmissão sináptica. Relembrando: No organismo o ATP (adenosine-trifosfato) é a “moeda energética” nas trocas metabólicas onde há gasto de energia e a quebra do ATP é usada para obter esta energia. Durante a transmissão sináptica, há trocas de íons como sódio e potássio, e isto gasta ATP. No estudo, onde os ratos perderam 15% do peso corporal, a atividade elétrica de seus córtices visuais foram medidas, mostrou que para diminuir a quantidade de ATP, os neurônios mudavam suas propriedades eletroquímicas, o que reduzia o número de íons que se moviam para dentro e fora do neurônio.
• Porém, para manter a frequência da transmissão sináptica no córtex, diante da situação de menor quantidade de íons, o cérebro amplificava o “sinal” para cada íon, tornando o sistema de neurônios visuais muito mais sensível; assim os neurônios sinalizavam repostas aos menores impulsos elétricos; O que isto realmente significa? Qual o problema neste aumento de eficiencia?
• Testes mostraram que este neurônios visuais só deveriam responder quando certas orientações de formas eram mostradas aos rato. Mas leituras eletrofisiológicas destes neurônios, após a restrição calórica, mostraram que estes neurônios ficaram “ menos focados” e passaram a reagir para outras orientações de formas; ou seja, respondiam porém não tão focados ao que deveriam responder. Ou seja, o nível de desempenho era prejudicado.
• Deste resultado veio a pergunta: como os ratos respondiam a redução do peso corporal, reduzindo o desempenho do cérebro? Para os cientistas a resposta poderia estar no hormônio leptina; esta serve como um sinal químico para dizer que o corpo está saciado, após uma refeição. Reservas de gordura sintetizam a leptina; é possível enganar o cérebro dando um suplemento de leptina artificialmente a ratos com restrição de alimentos. Quando isto foi feito, seus cérebros voltaram ao modo de energia regular. Não se conhece qual o caminho bioquímico a leptina usou para ativar o cérebro “preguiçoso” destes animais, mas os autores sugerem que foi através da barreira hematoencefálica, que houve uma sinalização para neurônios hipotalâmicos sensíveis a leptina, ou ainda, outras rotas podiam estar envolvidas, como um tipo de regulação feita por hormônios da tireoide. Porém o cérebro responde cada vez menos a entrada de leptina. Ele pensa que está “morrendo de fome”. Difícil compreender ainda sobre o desempenho cerebral em períodos de falta de alimento, muito tem que ser estudado.
• O estudo foi feito em ratos machos, mas os pesquisadores acham que o efeito será menos impactante nas fêmeas, que são muito relutantes em perder massa gorda quando se reduz a ingestão de calorias. Nos homens, é possível ajustar a ingestão de calorias às quedas de massa gorda e seus níveis de leptina, com os efeitos mostrados nos ratos. A mesma restrição calórica nas mulheres leva a perda de massa magra, e manutenção da massa gorda, talvez devido à influência do estrogênio. A equipe de pesquisadores quer agora saber, como outros sistemas cerebrais são afetados pela escassez sustentada de calorias e como a leptina pode afetar o cérebro quando o excesso de comida leva à obesidade. (ref: doi:10.1016/j.neuron.2021.10.024); Correa-Gillieron,EM, ago/2022).
26/03/2021
Odores e Receptores
ODORES E RECEPTORES
Nosso nariz possui receptores para odores que são constituídos por proteínas que são formadas de aminoácidos (a.a) que se unem em uma sequência. A cerca de 20 anos foram identificados os receptores humanos de odores, mas ainda é preciso entender sobre o funcionamento de muitos, algo importante para inúmeros projetos de pesquisa na área de aromas artificiais, alimento, etc
Em Munich, uma equipe de cientistas liderado por um biólogo do Leibniz Institute for Food Systems Biology, identificaram pela primeira vez, em proteínas que formam os receptores odoríferos (que ficam na parte superior no interior do nariz) um código fundamental, uma sequência especial de a.a. Para isto eles estudaram cerca de 4.800 receptores odoríferos através de um sistema de teste em células cultivadas (STCC), usado em geral, para saber a qual odor os receptores proteicos odoríferos respondem. Porém neste STCC geralmente os receptores ficam presos dentro da célula teste e não chegam à sua superfície, e isto dificulta atribuir o odor ao receptor proteico testado. Por que os receptores ficavam contidos dentro da célula e não chegavam à superfície da célula teste, foi o caminho que os cientistas estudaram nos 4.800 receptores ,para descobrir sequencias conservadas de a.a que se projetam para o citoplasma da célula teste. Estas sequencias se localizam numa extremidade (terminal C) da proteína receptora de odores Para os pesquisadores estas sequencias descobertas devem funcionar como “códigos de endereçamento” (CE), a semelhança do ZIP code, e guiar a proteína formada para o seu sitio de ação na superfície da célula, porém, como isso ocorre é ainda desconhecido.
Os “Zip codes”, em linhagem biológica, guiam o movimento de proteínas dentro da célula. Ou seja, são sinais moleculares que direcionam uma proteína a partir do reticulo endoplasmático onde é produzida, para outros compartimentos da célula (núcleo, aparelho de Golgi, etc).
No caso dos CE eles devem garantir que as proteínas se direcionem de dentro da célula para a sua superfície celular onde atuarão como detectores de odores.
Os pesquisadores de Munich acreditam que com seus estudos, em breve será possível determinar novos receptores de odores e também os odores correspondentes a cada receptor odorífero. Com as descobertas será possivel otimizar os sistemas de ensaio celular para receptores odoríferos e melhorar o rendimento na indústria de alimentos , pois permitirá um processo de alto rendimento no controle de cheiros dos alimentos. Para a equipe de cientistas de Munich, só conhecendo o maior número de receptores de odor será possível desenvolver sistemas de teste mais efetivos e assim monitorar de forma confiável e rápida a produção de alimentos e aromas artificiais.(Correa-Gillieron,EM, 25/3/21)
Fonte: (2021). Conserved C-terminal motifs in odorant receptors instruct their cell surface expression and cAMP signaling. Fonte Imagens: Museu 3D
13/03/2021
Mutações
MUTAÇÕES?? 13/03/2021
Ao contrário do que se pensa mutações não são erros! São alterações normais nos organismos (plantas, animais) inclusive Vírus. Qualquer mudança no código genético de um vírus resulta em um mutante, que pode ser até mais fácil de contaminar, porém nem sempre é mais letal! Afinal, o vírus também precisa da célula para sobreviver, assim entrar nela mais rápido não quer dizer que vai mata-lá com mais agressividade!.
Os vírus de RNA (RNA é o genoma do vírus) são os únicos que podem guardar informações genéticas no RNA (outros guardam no próprio DNA). Um vírus de RNA tem uma sequência de nucleotídeos (unidades químicas do gene): mas vamos a um exemplo simples:
O RNA seria construído por tijolos (nucleotídeos) que formam uma fila (uma sequência) (Fig. 1) envolta por proteína (capsídeo, que no coronavírus forma uma coroa) e uma camada lipídica mais externa (que ganhou do hospedeiro). Se algum ponto desta sequência for alterado , não necessariamente se tem uma mutação. Porém, se algum “tijolo” desta sequência for removido ou mudado de posição,por exemplo, a sequência sofre alteração, uma mutação! Há vários tipos de mutação e até as benéficas e as maléficas.
Assim, mutações podem representar, por exemplo, a perda de um pedaço do gene, o que acontece naturalmente durante a rápida multiplicação do vírus (milhões ou bilhões/ dia). O coronavírus que temos hoje é até bastante estável, mas circulando, vai tentar mutar para encontrar seu próprio equilíbrio, sua adaptação. Amanhâ falaremos das mutações já encontrados e os locais onde estão. (Correa-Gillieron,EM). Fontes: Virologia, de Stephen Korsman && Monique Andersson & Preiser,2020.
23/02/2021
EXO-CD24
A EXO-CD24.
Para o Centro Médico Ichilovr, Tel Aviv, a EXO-CD24 pode tratar a Covid-19 em poucos dias (29 pacientes em 30 na primeira fase clínica foram curados, em cerca de 5 dias). A vacina pode ser usada em pacientes moderados e graves, mas ainda está em testes. Ela foi desenvolvida em pesquisa no Lab. do Prof. Nadir Arber no Centro Médico Ichilovr, é um medicamento voltado para um alvo,que segundo Dra. Shapira, diretora do laboratório é baseado em exossomos.
Exossomos são nanométricas partículas (cerca de 100 nanômetros: comparada ao tamanho de um vírus ou 0,2 a 1% do tamanho de uma célula), formadas por diversos componentes das células, como lipídeos e as proteínas. Em 2014 foi descoberto que exossomos podiam carregar além de lipídeos e proteínas, o material genético (RNA e DNA). Seriam como importantes sacos de transporte! Na época, foi citado o impacto destas partículas na rotina médica, onde biópsias invasivas poderiam até ser substituídas por um exame de exossomos no sangue (ao que se chamou de biópsia líquida).
No caso da vacina nasal, os exossomos foram enriquecidos com proteína CD24, que é expressa na superfície celular e tem um importante papel na regulação do sistema imunológico. Estes exossomos enriquecidos seriam aspirados diretamente para os pulmões e atuariam no sentido de debelar a tempestade de citocinas causada pelo SARS-CoV-2.
Citocinas são moléculas que participam da comunicação entre as células, tendo um papel importante na regulação do sistema imunológico, acelerando o processo inflamatório para ajudar a lidar com infecções. Porém, uma “tempestade delas” gera uma reação imune potencialmente exagerada e fatal.
No caso da vacina nasal que é administrada por alguns minutos, por inalação (1 x ao dia) por 5 dias, iria atuar direto nos pulmões, o centro da tempestade de citocinas, com a diferença que a EXO-CD24 por administração tópica não tem efeitos colaterais. O custo de produção da EXO-CD24 é muito baixo e rápido, em todas as instalações farmacêuticas em Israel onde já terminou a fase 1-teste para a cura da Covid-19. A EXO-CD24 é um fármaco resultante de uma medicina inovadora realizada no Centro Médico Ichilov, em Tel Aviv. (Correa-Gilliero,24/02/21). Imagens: entro Médico em Tel Aviv; Spray: com licença p/fins comerciais.
23/02/2021
Brasil- Vacinas em spray nasal
BRASIL! VACINA EM SPRAY NASAL
Brasil está desenvolvendo uma vacina em spray contra a Covid-19. O diretor do Lab.Imunologia /Inst.do Coração/ Fac.Medicina USP, Dr. Kalil Filho, coordena a pesquisa, que buscou encontrar os alvos para uma resposta imune eficaz através da coleta de sangue de pessoas contaminadas com o vírus.
Isto permitiu analisar os alvos da resposta de anticorpos e da resposta celular. No estudo foi verificado que a vacina nasal produz resposta local muito forte, e ainda fortalece as defesas na mucosa nasal.
Sua produção 100% nacional é simples, a vacina é adaptável as diferentes variantes, e poder ser guardada em temperatura ambiente. O estudo tem como meta de aplicação em testes em humanos o ano de 2021.
O presidente da República já informou que o Brasil deve participar da fase 3 dos testes, da vacina nasal contra Covid-19 EXO-CD24 que está sendo desenvolvido pelo Centro Médico Ichilov de Tel Aviv, em Israel e teve resultados excelentes para a primeira fase de pesquisa.
A importância para produção de medicamentos antivírus é fundamental no caso desta doença! (Correa-Gillieron,23/02/21) Imagem fonte: Licenciada Stockfresh, e modificada.
06/02/2021
Tapsigargina - Uma esperança a mais!
TAPSIGARGINA: UMA ESPERANÇA A MAIS!
Pesquisadores (de universidades do Reino Unido e China) mostraram que a Tapsigargina (Thapsigargin) (TG) se mostrou altamente eficaz no bloqueio da replicação do vírus sincicial respiratório (RSV), do coronavírus OC43, do SARS-Cov-2 e do vírus da gripe A. Os estudos foram também feitos em células humanas imortalizadas (células retiradas do organismo e que podem ser cultivadas por um longo período in vitro). Para os autores do estudo, o desempenho antiviral do TG foi melhor do que o Remdesivir e a Ribavirina na inibição de alguns vírus ( OC43 e RSV). O SARS-Cov-2 se mostrou suscetível a inibição pela TG.
Os pesquisadores consideram que os antivirais podem intervir durante uma infecção ativa especialmente nas fases iniciais da doença, e que são necessários, mesmo com a disponibilidade de vacinas. A TG (encontrada na África, Ásia e Europa) é, estruturalmente, uma lactona (Fig.1) extraída da planta Thapsia garganica (também chamada Tapsia ou Edril , um gênero de planta com flores amarelas (Fig.2) que pertence à família Apiaceae (de plantas como salsa, cominho, aipo etc).
A TG atua como inibidor não-competitivo da SERCA - a enzima ATPase calcio dependente, que é a responsável pelo transporte de cálcio do citosol para o reticulo endoplasmático rugoso (organela celular). A TG é um potente bloqueador da SERCA. Este bloqueio aumenta a concentração intracelular de cálcio e este aumento pode desencadear uma cascata de indutores apoptóticos que provocam morte celular.
Os pesquisadores do estudo aqui citado, sugerem a TG (ou seus derivados) como um promissor antiviral oral (TG é estável em ambiente ácido do estomago) capaz de inibir diferentes vírus antes ou durante a infecção ativa, e, com uma duração antiviral de pelo menos 48 h, considerando assim a TG um potente defensor contra SARS-Cov-2, RSV e vírus da gripe, e um auspicioso recurso terapêutico inclusive em possíveis pandemias virais (Correa-Gillieron, EM, 03/02/2021) Fontes: Al-Beltagi,S. e cols, 2021; Imagens: Sigma-Aldrich e TusPlantasmedicinales..
21/01/2021
Evolução Fantástica
A EVOLUÇÃO É FANTÁSTICA!
Darwin defendeu a teoria da evolução: “todas as espécies descendem de ancestrais comuns... que ao longo do tempo.... sofreram mutações”. A Evolução dita divergente, acontece nos seres que apresentam uma origem comum mas, ao longo do tempo, certos caracteres destes divergiram de tal forma, dando origem a outras espécies. Esta novas características mutáveis, podem ocorrer na anatomia, na fisiologia e na genética. Vírus sofrem mutações!
As mutações podem (na biologia) acontecer devido a um novo ambiente ecológico, por exemplo, onde uma seleção natural atua sobre a espécie e faz aumentar mutações adaptativas. Assim, quando um ancestral comum de um ser tentar colonizar um ambiente diferente, ocorre o que se chama de irradiação adaptativa, e novas espécies surgem a partir deste ancestral. Isto é um fenômeno evolutivo. Quando uma característica semelhante a dois organismos evolui, independentemente, se ela não é encontrada no ancestral comum, se diz que houve uma evolução convergente ou convergência evolutiva. Esta evolução ocorre devido a seleção natural, que gera mutações que causam adaptações morfológicas, fisiológicas etc., para a sobrevivência e reprodução do organismo no ambiente. O inverso também acontece, ou seja, se a seleção natural é negativa a mutação não foi adaptativa e o organismo não sobrevive no ambiente.
No caso da nova espécie de coronavírus que surgiu recentemente no Amazonas, a Fiocruz da Amazonia diz: que em 12/01/21 surgiu uma nova cepa variante do vírus, que não seria a linhagem africana ou inglesa que veio para o Brasil, conforme mostrou o sequenciamento genético. E, segundo pesquisador da Fiocruz Amazonas, esta nova cepa brasileira do coronavírus, se espalha mais rápido que as 11 variantes que já circulavam na região” . Para um dos virologistas (F. Naveca, / Instituto Leônidas & Maria Deane, Fiocruz Amazônia),o surgimento desta cepa poderia ser o caso de uma convergência evolutiva com evolução independente das mutações, e que, poderia ter acontecido devido a infecção de pessoas com grande deficiências de imunidade. Segundo o virologista, o corpo de pessoas com baixa imunidade, sem conseguir combater o vírus, permite que muitos ciclos de replicação do vírus aconteçam, dando a este grandes chances de mutar”.
Creio que estudos são necessários para definir melhor o que esta variante do vírus é capaz de fazer, além de ser mais transmissível, pois quando um vírus sofre mutação também gera alterações para si próprio, podendo até diminuir seu potencial letal! Certamente o coronavírus em si é bastante mutável, tanto que atingiu humanos “em cheio”, mas, o sequenciamento genético hoje é muito mais rápido e com certeza o vírus e suas armas serão descobertas, e em breve ele será mais um e terá nos ensinado muito! (EM Correa-Gillieron, em 21/01/21
14/01/2021
Melatonina! Sempre importante (Parte 1)
MELATONINA! SEMPRE IMPORTANTE (PARTE I)
A melatonina (MEL) é uma biomolécula multifuncional, um neuro-hormônio, produzido pela glândula pineal. Mas, outras células podem produzir a MEL (células no cerebelo, do sistema gastrointestinal, macrófagos ativados, entre outras, como visto no pulmão). A MEL é uma indolamina sintetizada a partir do aminoácido triptofano. A MEL não se acumula nas células e atravessa facilmente membranas celulares por difusão, sendo liberada nos capilares sanguíneos. Este neuro-hormônio, tem grande influência no ritmo circadiano (de 24 horas), atuando no ciclo sono-vigília (claro-escuro) além de atuar na reprodução, no ritmo sazonal (ou seja, típico de determinadas estações ou épocas do ano), em ações neuroprotetivas, atuar como anti-inflamatório, anti-apoptótico, antioxidante e ser um ativador imune, sem causar efeitos indesejáveis, mesmo em altas dose. Quando pensamos no coronavírus, um RNA-vírus que causa infecção respiratória, gastrointestinal, infecção do sistema nervosa central, entre outras, vemos que este pode gerar elevado estresse oxidativo, uma resposta imune exagerada - a qual se chamou “tempestade” de citocinas, que pode progredir para a situação de uma lesão pulmonar aguda, e uma síndrome de dificuldade respiratória aguda que leva a morte, portanto, bloquear a entrada e replicação deste vírus tem sido uma luta no último ano! Mas, verificou-se que a MEL, produzida é capaz de inibir a transcrição de determinados genes codificadores de proteínas, que são usadas como portas de entrada do vírus no corpo. As células responsáveis pela expressão destes genes, são os macrófagos residentes que estão presentes, entre outros locais, no nariz e nos alvéolos pulmonares. Bloquear a síntese proteica e ativar o sistema imunológico, como a MEL faz, impossibilita a reprodução do vírus. Assim, mesmo que o vírus permanecesse nas vias respiratórias por alguns dias, ele acabaria livre para ser expelido e encontrar outro hospedeiro, que não seja a pessoa cuja MEL está fazendo um bloqueio, um paredão para o vírus não entrar! Paredes bloqueadoras , como as máscaras (EM Correa-Gilliero,14/1/2021). Fontes: Algumas citações em artigos publicados, ver Parte II).Imagens: Histológica: da autora EM Correa-Gillieron; Cabeça: de Alamy stockfoto.
15/01/2021
Melatonina - Parte 2
A importância da melatonina (MEL) tem levado a vários estudos que estão em curso, onde os autores comentam, por exemplo, sobre o uso racional da MEL como um coadjuvante das vacinas (um estimulador de anticorpos pós-vacinação) além das perspectivas, ainda em estudo para evitar complicações da, Covid-19, de usar a MEL para tratamento da Covid-19, e até mesmo como preventivo, por uso nasal. Estudos significativos tem mostrando as bases biológicas para dizer que a MEL sintetizada no pulmão é um marcador positivo para predizer a distribuição de portadores assintomáticos e pré-sintomáticos, e ainda, estudos indicando que a MEL endógena presente no pulmão é capaz de proteger contra a gravidade da Covid-19, reduzindo a expressão de genes usados pelo SARS-Cov-2 para invadir e se replicar em células humanas. Segundo pesquisadores na USP (SP, R. P Markus) foi possível inferir que pessoas com índice elevado de MEL, poderiam ter uma resposta quase pronta para evitar a contaminação pelo vírus, isto justificaria o fato de algumas pessoas terem contato com o vírus, e mesmo é testarem positivo, mas não apresentarem sintomas, ou ainda, terem a doença de forma mais leve, enquanto outras tem graves comprometimentos pela COVID-19. Com pesquisas deste tipo os pesquisadores sugerem que o índice de MEL (índice-MEL) pode servir como uma nova abordagem para prever a evolução em portadores do vírus, porém saudáveis. Este índice é usado para estimar a capacidade do pulmão sintetizar Mel. Outros estudos têm mostrado que a MEL, como um agente cronobiótico, pode devidamente administrada, restaurar o padrão circadiano do ciclo sono-vigília e melhorar a condição clínica no caso de pacientes com pneumonias associada a Covid-19, e os quais sofrem muito pelo estresse, o isolamento etc., comprometendo assim o ciclo do sono. No caso do uso da MEL como coadjuvante de vacinas, os estudos sugerem que antes e após a vacina, as pessoas também podem usar a MEL, por um período, para aumentar a produção de anticorpos e ao mesmo tempo reduzir os efeitos relacionados a vacina. E, muitos outros estudos já vinham dando esta informação. Mas, em relação a vacinação, importante foi a sugestão de autores que declararam o uso da MEL como um substituto da vacina em gravidas, particularmente, no primeiro trimestre de gravidez. Estas ideias novas, acredito, são dignas da consideração pois a MEL é uma molécula muito eficaz e segura, e certamente deve ter muito a oferecer como um potente coadjuvante em várias viroses, (EM Correa-Gillieron, 15/1/2021). Fontes: Gurunathan e cols, 2021, Fernandes et al, 2021, Brusco et al.2021, Cardinali et al. 2021, Tesarik J.2021. Imagens: internet, iStock
15/01/2021
Vaxinia
Em 17 de maio foi realizado um experimento inédito pela empresa australiana de imuno-oncologia – Imugene Limited, em parceria com a City of Hope (empresa americana que pesquisa câncer, Los Angeles). As empresas testaram paciente (n = 1) com câncer em ensaio clínico (fase 1) o vírus geneticamente modificado CF33-hNIS ou VAXINIA, que se mostrou capaz de destruir tumores malignos. O vírus CF33 é um vírus quimérico vaccinia (varíola) que surgiu como uma combinação de sequências genômicas referentes a múltiplas linhagens de vírus vaccínia; é mais potente e mais seguro sendo um dos componentes da vacina para varíola. O vírus é capaz de matar células cancerígenas em tumores de cólon, pulmão, mama, ovários e pâncreas, mas mantém as saudáveis. Os testes foram feitos no paciente e em animais (testes pré-clínicos) e foi observada a redução de tumores, pois o vírus estimula a resposta do sistema imunológico para atuar e combater as células cancerígenas. O principal autor da pesquisa é Daneng Li, professor assistente no Departamento de Oncologia Médica e Pesquisa Terapêutica da City of Hope , explicou que esta terapia viral ainda é capaz de contribuir com outros tratamentos, tornando o sistema mais responsivo, e tornando outras terapias mais eficazes. Yuman Fong, presidente da City Hope, foi o principal desenvolvedor do vírus elogiou a participação do primeiro paciente, e explicou, que aquilo que eventualmente tornam as células cancerígenas resistentes à quimioterapia ou radioterapia, aumentam o sucesso de vírus oncolíticos como este testado. A ideia seguinte é recrutar 100 pacientes nos Estados Unidos e na Austrália, com tumores sólidos metastáticos avançados e que já passaram ao menos por dois tipos de tratamento padrão. Nos testes serão injetadas por via intravenosa ou diretamente no tumor, doses baixas do Vaxinia. Se a eficácia e segurança do vírus for comprovada, novos indivíduos receberão as doses acrescidas do
anticorpo pembrolizumab (anticorpo monoclonal) já usado contra o câncer; este anticorpo pode se anexar e bloquear um receptor chamado "morte celular programada-1" (PD-1), que desliga a atividade de células do sistema imunitário, as chamadas células T, assim bloqueando o PD-1,o pembrolizumab impede o PD-1 ativado de desligar as células T, aumentando assim a capacidade do sistema imunitário de matar células cancerígenas. . A nossa postagem aqui sobre este tratamento busca trazer a boa notícia, mas, principalmente uma esperança para o fim desta doença tão triste (Correa-Gillieron, EM, 31/05/2022). Crédito a imagem:Shutterstock